Não sei muito bem como aconteceu. Tudo era perfeito até que um dia acordei e meu dedinho da mão havia sumido. Não que ele não estivesse mais lá. Eu podia pegar coisas e mexer ele, porém não mais o senti novamente. Em fato, eu não senti muito problema nisso e nem achei que fosse me atrapalhar a falta de um dedo mísero. Dizia a mim que eu era um homem forte por saber lidar bem com algo estranho.
A esta altura de minha vida, já morava sozinho e não tinha a quem ligar correndo para contar aquele estranho caso. Sempre tive muito orgulho da minha casa e de como trabalhei muito como um professor comum, mas apenas no sentido de ser algo normal porque, na verdade, fui excepcional. Usava maconha às vezes e gostava de sair para beber até cair duro em semanas divertidas. Pensei que a falta do dedinho poderia ser algum colapso causado por esses pequenos impulsos que em nada alteram a vida. Na sala de aula, todos sabiam o quanto eu era fenomenal. Claro que não me importaria se alguns alunos dissessem o quanto me adoravam de vez em quando.