10 de maio de 2015

O homem atrás da porta




Não sei muito bem como aconteceu. Tudo era perfeito até que um dia acordei e meu dedinho da mão havia sumido. Não que ele não estivesse mais lá. Eu podia pegar coisas e mexer ele, porém não mais o senti novamente. Em fato, eu não senti muito problema nisso e nem achei que fosse me atrapalhar a falta de um dedo mísero. Dizia a mim que eu era um homem forte por saber lidar bem com algo estranho.


A esta altura de minha vida, já morava sozinho e não tinha a quem ligar correndo para contar aquele estranho caso. Sempre tive muito orgulho da minha casa e de como trabalhei muito como um professor comum, mas apenas no sentido de ser algo normal porque, na verdade, fui excepcional. Usava maconha às vezes e gostava de sair para beber até cair duro em semanas divertidas. Pensei que a falta do dedinho poderia ser algum colapso causado por esses pequenos impulsos que em nada alteram a vida. Na sala de aula, todos sabiam o quanto eu era fenomenal. Claro que não me importaria se alguns alunos dissessem o quanto me adoravam de vez em quando.

3 de maio de 2015

Com carinho, para mim



Há um incomodo em meu peito
Há por aí alguém?
Eu, pare de ajudar ninguém
Que logo aparece sufoco desse jeito


Você, que está sempre comigo,
Sabe o que dizer na hora certa
O pior dos bons amigo
É a entranha da coberta



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