30 de novembro de 2014

Nas Asas da Coruja #2: De quando eu me apaixonei por Roma (ou As Desventuras Europeias)

Por Camila Costa - Originalmente postado em 25/02/2013 no blog Escrever Pode

Quem tem boca vai a Roma - e eu fui. Antes de mais nada, preciso dizer que recentemente tive a oportunidade de fazer minha primeira viagem internacional a trabalho, totalmente by myself. (Sim, é claro que eu fiquei com um tremendo de um medo de fazer cagada.)

Passei 4 dias em Bolonha. Uma cidade feia e sem graça onde a alegria de ninguém falar inglês se juntou com a dádiva de eu não falar italiano (nada além do livrinho e frases básicas), o aeroporto é do tamanho do de Porto Seguro e os prédios são todos iguais.


26 de novembro de 2014

Confira a cobertura completa da queda do avião na Avenida Paulista!

Texto por Bruna Meneguetti e edição por André Cáceres


Imagens inéditas do avião prestes a bater no prédio da Avenida Paulista

Eu sei quem você é. Você tem alguns amigos, mas também convive com muita gente que não gosta tanto assim. Se pudesse nunca mais falaria com elas ou, pelo menos, não veria tanto. Eu sei que você tem algumas pessoas na família que ama muito, mas que, quando encontra com outras no Natal não fica assim tão satisfeito.

Sei que você não ia tão bem naquela matéria chata no colégio, que já chegou a brigar com seus pais quando não tinha razão e quando tinha também. Eu te conheço, você já escreveu ou desenhou algo tosco no caderno do seu amigo. Às vezes você é competitivo e fica estressado com coisas que não fazem muito sentido. Eu te conheço. Quando você fica bravo, você está ao mesmo tempo tentando não ficar bravo. Mas se alguém diz que você está e você percebe que seu objetivo não foi cumprido, então você fica bravo por isso. Você é simples assim.

23 de novembro de 2014

O que não te contam quando você vai prestar vestibular!




Quando chegar ao terceiro ano, se é que já chegou esse ano ou tenha chegado há um tempo, a maior preocupação da sua vida vai basicamente ser o vestibular. Enquanto não entrar na faculdade desejada ou a certa, esta será a sua preocupação. A menos que você não pense igual às outras pessoas. Nesse caso, eu vou te contar um segredo: não tem nada de errado nisso. Mas, de qualquer maneira, é natural que se preocupe, porque a vida inteira você estudou para esse fatídico dia em que iria entrar em uma faculdade. E ela tem que ser pública, tem que ser a melhor de todas.
Os motivos variam. Se você tem um pouco mais de dinheiro, tem que estudar porque a vida inteira os seus pais te pagaram bons colégios. Ou seja, não poderá decepcioná-los agora. Porém, se estudou em públicos, então é melhor continuar nessa, porque não vai ter como pagar por algo melhor. Se nunca estudou muito na vida, então será pior ainda, porque você nunca vai chegar lá. Nos colégios, há grandes incentivos para que tenha as melhores notas, passe nos melhores lugares e conte a eles. Não se esqueça de contar a eles! No cursinho, apenas as públicas. Afinal, você não chegou até ali para entrar em qualquer uma. E deve ser a melhor, sempre ela.

20 de novembro de 2014

Nova parceria! Higor Bernardo: o youtuber das resenhas de livros!

Olá, Corujeiros! Como andam? Hoje a Coruja está super feliz porque fizemos mais uma parceria! Dessa vez é com o canal do Higor Bernardo, que fala sobre resenhas críticas de livros. Apesar de estar bem no comecinho, vale a pena se inscrever e acompanhar! O Higor é super honesto nos seus comentários, e você vai terminar de ver os vídeos tendo certeza se quer ou não ler os livros (sendo que na maioria deles vai querer)
Quer dar uma olhada? Veja só este último que ele postou sobre três livros do autor John Green e se divirta!

19 de novembro de 2014

Não seja preconceituoso (nem com preconceituosos)


É difícil escrever esse texto sendo um homem cis heterossexual branco de classe média sem nenhum tipo de deficiência física. Em resumo, não estou em nenhuma classe oprimida da sociedade e, portanto, muitos diriam que não tenho base para argumentar sobre qualquer assunto relacionado ao preconceito ou à discriminação. Se pedir um pouquinho de atenção e confiança for pouco, gostaria pelo menos de lembrar que, no debate racional da esfera pública, argumentum ad hominem (atacar a pessoa, e não suas ideias, propostas ou pensamentos) desqualifica o interlocutor, além de ser desonesto retoricamente falando e impossibilitar a discussão plena.

12 de novembro de 2014

Poema #5: Há Lua?


Há um círculo que é holofote na escuridão
Todo o conjunto diz que é possível
As estrelas convidam para um mergulho na imensidão
Rainha dos amantes, amante do invisível

Ela diz que hoje à noite há muita gente olhando para ela
É que está cheia nos olhos, na vida em tela 
Mas tem gente que nem vai olhar
Tem gente que não para com medo de se ilhar

Identifica-se logo quem ignora, como se com farda
A grandiosidade do que parece menor
Sente-se estranha, o mundo oferece sentimento ao redor
E procura na lua uma resguarda

"As coisas estão mudando?"
Tem fé em algo que desconhece
Como um bicho, que não se entristece
Um bicho que cultua o ser humano, mesmo caducando

Mas que tipo de ser é esse capaz de cultuar a nós?
Que olhos são esses que perdemos?
Entendimentos pequenos,
Tudo porque esquecemos!

Quando vê, já esqueceu coisa tão tua
E não achamos mais a essência de ser
Mas, espere, há alguém preocupado em trazer?
E me diga, como alguém esquece que há lua?


10 de novembro de 2014

Poema #4: O amor em tempos de ódio


Amar em tempos de ódio
É um ato revolucionário
Agora e em qualquer cenário
Quando tentam guardá-lo no armário

Quem quiser transformar dois em um
Tem o merecimento de subir ao podium
Porém, se quiser amar sem fardo
Que ame com resguardo

Antes não era permitido amar quem quiser
Juntava-se só com benzer
Hoje não se pode sair amando
Se não tiver com sexo diferente andando

E há também aqueles que invejam!
Pessoas cheias de ódio praguejam
Sobre os abraços, beijos, amores
Pois é, nem tudo são flores

Mas o amante é bravo
Apenas quer quebrar a maldade
Mesmo quando rosa e cravo
Juntos resistem em vida, época e eternidade

6 de novembro de 2014

No Bico da Coruja #15 - Um barzinho cheio de brinquedos e nostalgia no Ipiranga


Mais uma vez, a Coruja alçou vôos para longe da Paulista. Pousamos no bairro do Ipiranga para experimentar um barzinho bem diferente e curioso.






Adornado de inúmeros brinquedos antigos, a Nico Hamburgueria é uma verdadeira viagem no tempo e remete à infância de pessoas de todas as idades, trazendo à tona a nostalgia com os bonecos e vários artefatos de diversas épocas.

Ele costuma ter bastante procura, mas quem chegou tarde pode esperar em uma sala a parte, repleta de objetos antigos, como móveis, televisores e aparelhos.




A comida é bem generosa, os lanches são gostosos e grandes, e o suco vem em um pote de vidro, semelhante aos tradicionais de doce de leite, o que é bastante peculiar. Quando for ao Nico, não deixe de gastar um tempo andando e observando cada detalhezinho do local.




Será que de madrugada, o lugar vira um Toy Story 4 e os brinquedos tomam vida e saem andando e falando? Fica a dúvida...

Nico Hamburgueria (http://www.nicohamburgueria.com.br/)
Endereço: Rua Cisplatina, 31, Ipiranga Preço: te'rça a domingo, das 11h30 à 0h (sex. e sáb. até 1h) Horário de funcionamento Selo Coruja de nostalgia!


4 de novembro de 2014

A Gaita de Fole




Não havia um doce final de semana em que eu não ia ao parque, olhava a natureza, ouvia o canto dos pássaros, as folhas balançando, as crianças brincando, os risos, os cachorros, a doce canção da paz e, é claro, a maldita gaita de fole. Ah! Tudo seria tão mais lindo se não houvesse aquela gaita! Uma vez cheguei a dizer que deveriam lhe proibir de manifestar tal música hedionda. Não que eu achasse mesmo isso. Muitas vezes a gente não acha mesmo o que diz pensar achar. Um dia, a agonia era tanta que surgiu a vontade de perguntar de onde era aquele homem que produzia tal som e porque diabos ele estava lá. Eu não sabia até então, o que realmente pensava da gaita de fole.


Chegando perto do homem, fiquei ouvindo aquele som desafinado que ecoava por todo o lugar. Ele olhava para mim e sorria com os olhos, empenhando mais fôlego em fazer o objeto musical funcionar da pior forma possível. Foi tanta a emoção e atuação dele que eu quase temi que houvesse alguma plateia atrás de mim. Ele estava realmente focado em fazer a pior música do mundo.


Conversamos, perguntei de onde surgiu a gaita de fole e se ele era daquele lugar. Não. Algum parente, quem sabe? Não. De onde surgiu a ideia de tocar (essa coisa horrível) essa maravilha? Ouvi alguém, um dia. Ah entendo! (Como assim ouviu e ainda por cima quis tocar?). Como ela funciona? Você sopra aqui e aperta aqui! Hm. Quer tentar? Não, pelo amor de Deus! Ok. Onde você aprende? Tem um lugar aqui perto que ensina só isso. Que legal, (por queeeê??) mas você paga? Não, é de graça. Ah (agora tudo faz sentido), e você treina aqui, então? Sim, é bom porque é bem aberto e não faz eco, não tenho onde treinar. Entendo (alguem, por favor, arranje um lugar ao pobre homem), que demais!


Sai sorrindo e lhe desejando boa sorte. Todos os fins de semana, quando chegava lá irritava quem estivesse comigo ao tentar imitar e cantar o TAAAAAAN NÃ NÃ NÃ NÃ TAAAAAAN NHÉ NHÃ TAN NÃ! E, depois, perguntava a mim mesma se ele estava lá. Ia até a beirada da escada reparar. Não ouvia nada. Mas, enquanto tentava resguardar a minha paz interior, começava um som estridente da música ruidosa e mal treinada que aquele cara metido a escocês se dispunha a deixar ainda pior. Portanto, era óbvio que todo fim de semana eu chegava lá, amaldiçoava a gaita e o homem, quiçá a Escócia. Porém, outro dia cheguei e ele não estava lá. Por que ele não estava?


No final de semana seguinte também. O homem da gaita de fole nunca mais apareceu. Eu poderia apreciar agora toda a música dos pássaros, o som dos risos, das árvores e do cachorro e não haveria a gaita de fole para me atrapalhar. De repente, uma melancolia começou a me invadir. Já faz uns seis meses que ele não aparece e há exatos seis meses eu me entusiasmo ao pensar na perspectiva de que talvez ele esteja lá. Esses dias ainda, me passaram um vídeo de um homem que tocava uma gaita de fole de um jeito muto bom. E, o melhor, a gaita dele soltava fogo conforme ele tocava. Brinquei que se o homem da gaita do parque tocasse assim, não teria sido expulso. Ah, esse humor negro. Às vezes ele vem disfarçado pra gente, de forma a amaciar algo dentro de nós. Na verdade, eu temi que o homem tivesse sido expulso.


E se lhe falassem que ele tocava mal? Coitado! Poderia nunca mais tocar. Quem sabe ele seria o novo astro da gaita de fole! Foi aí que eu entendi: queria que ele estivesse lá para me atormentar. Queria um tormento em minha vida simplesmente porque quando tudo é harmonioso demais, a vida fica sem graça. Somos mesmo assim, sempre procurando algo do que reclamar. Quando se resolve, logo procuramos outra coisa para poder reclamar. Hoje, tenho plena consciência que eu adorava a gaita de fole, mas que se ela voltasse eu a odiaria pelo simples motivo de que meus sentimentos precisam de um desequilíbrio. Se sou assim com música, imagina com política, cinema, poesia, aulas, estresses do dia e alegrias. E se você acha que já sentiu algo parecido em algum dia, então talvez já tenha deixado tocar uma gaita de fole na sua vida. Mas como na vida nada é por acaso, outro dia estava tocando funk.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...