Quem tem boca vai a Roma - e eu fui. Antes de mais nada, preciso dizer que recentemente tive a oportunidade de fazer minha primeira viagem internacional a trabalho, totalmente by myself. (Sim, é claro que eu fiquei com um tremendo de um medo de fazer cagada.)
Passei 4 dias em Bolonha. Uma cidade feia e sem graça onde a alegria de
ninguém falar inglês se juntou com a dádiva de eu não falar italiano (nada além
do livrinho e frases básicas), o aeroporto é do tamanho do de Porto Seguro e os
prédios são todos iguais.
Mas depois que eu e o Sr. Mapa da Cidade nos tornamos
íntimos, tudo deu certo. Fazia 8, 9 graus todos os dias. Ou seja, eu estava no
Paraíso. Passada a parte do trabalho, que apesar de cansativa foi
muito interessante e sem acidentes, fui para Roma, a bordo de um trem que ia
a 250 km/h. 2 dias de folga. Mais
express, impossível. Ah, Roma…(suspiro)
Londres é e sempre será minha cidade preferida no mundo, mas
Roma ganhou um lugar especial no meu “cuore”. Eu tinha pouco menos de 2 dias pra conhecer tudo (óbvio que
não deu), então eu montei um roteiro (mais ou menos) compacto que compreendia a
Fontana de Trevi, Vaticano/Praça de São Pedro, Coliseu e Foro Romano.
Comecei pela Fontana, à noite. Impossível não sentir uma
enorme emoção ao se deparar com uma obra tão perfeita, detalhada, magnífica…
Antes de fazer o combo moedinha+pedido+foto, eu fiquei um tempão admirando tudo
aquilo. Boquiaberta e com vontade de chorar. Linda demais.
Tanta contemplação dá fome, né? Parei numa trattoria onde os
pratos (e os garçons, me abana!) eram maravilhosos. Pedi meu carbonara, tomei
um vinho e fiquei pensando em como a vida pode ser tão maravilhosa, com
“bellos” passando de lá pra cá. Se eu estou satisfeita? Rá!
No dia seguinte, acordei bem cedinho, tomei café na padaria
(padaria é tudo igual rsrs) e peguei o ônibus vermelho que pára nos pontos
turísticos. Uma boa pedida pra quem não tem muito tempo.
Comecei pelo Coliseu. Incrível estar ali, vivendo a
História. Pensando em quem passou por ali, que eventos aconteceram… É uma daquelas
coisas que você só tem certeza que existe porque está diante dos seus olhos
(sou muito “ver pra crer”).
Depois caminhei por um tempão no Foro Romano/Palatino. Um
sítio arqueológico ao ar livre. Vocês sabem que eu amo isso! Na infância e boa
parte da adolescência, quis ser arqueóloga e sinto que ainda há esse pedacinho
explorador dentro de mim. Enquanto estava por lá, abriu um sol e até fez calor,
céu azul… Sinal dos deuses?
Enfiei a mão na Bocca della Verità, mas foi tão rapidinho
que nem deu tempo dela me confessar alguma verdade. Só pode tirar 1 foto e
depois tem que cair fora. Deve ser culpa dos chineses…
(Parênteses pra falar dos chineses: Eles tiram foto do
Coliseu. Da escada do Coliseu. Da pedra. Da pomba. Do lixo. De tudo.) Próxima parada: Praça de São Pedro.
Confesso que já deixei o Catolicismo pra trás faz tempo.
Confesso meu ateísmo. Mas é impossível ir a Roma e não dar uma passadinha por
lá né? Não tem a ver com religião. Tem a ver com arte.
Por causa do tal conclave, tinha um montão de emissoras de
TV, mas a praça em si não estava tão cheia. E como todo viajante solitário,
tive que recorrer a alguém pra tirar fotos minhas.
TÉCNICA INFALÍVEL: Aborde casais. Eles precisam de alguém
pra tirar fotos deles. Você precisa de alguém pra tirar fotos suas. Bravo!
A Basílica é linda, cheia de quadros, esculturas e mármore.
A gente olha pra cima, pro lado, pra baixo… Que loucura! Corri pra Capela Sistina, maaaaas… Fechada por causa do
fucking conclave! Tá bom, vai… (Chateada…)
Tecla SAP por Camila: Tá tendo conclave e a Capela Sistina tá fechada. Se ferrou.
Pausa pra comprar souvenirs pra todo mundo. Acabou meu dia. Faltou um monte de coisa. Mas valeu.
“Ok Camila, a gente já entendeu que você se apaixonou por
Roma… Mas cadê as desventuras?”
Elas começam no aeroporto de Roma, rumo a SP. 2 cidades que
sequer conheci. Meu esquema de vôo (via Lufthansa, a melhor cia aérea na
minha opinião) era Roma x Frankfurt x Guarulhos.
Eis que começa um temporal no Fiumicino. Atraso de 2 horas. Nesse meio tempo, conheci uma senhora da República
Dominicana que disse que meu espanhol é perfeito (yeaah \o/). No meio da minha super conversación, me encosta uma mulher
de 1,80m e pergunta: “Você é brasileira?”
Respondo que sim. Acabo de conhecer Kátia, a carioca que não
fala inglês e não sabe porque ainda não embarcamos (e que, 6 meses depois, me hospedou em sua casa em Copacabana, mas isso fica pra outro post).
Quando explico a situação,
ela simplesmente se une a minha pessoa. Me chama de anjo, de salvadora da
pátria. Divertidíssima.
Só que eu perdi a minha conexão em Frankfurt. Eu e Kátia
ficamos num hotel perto do aeroporto e só embarcamos no dia seguinte. Agora o esquema é outro: Frankfurt x Lisboa x SP. Como diria Girafales, ta-ta-ta…Embarcamos num vôo cheio de velhinh…,ops, idosos rumo às
terras lisboetas.
Durante o vôo, que dura umas 2 horas, dou aquela olhadinha
básica no cartão de embarque e descubro o pior. Eu chegaria em Lisboa às 11:30. Mas meu vôo pra SP sairia às
12:30. Detalhe: No portão 45. O último. O avião pousa. Os velhinhos não têm pressa. Pressa pra quê? Eu já sou um ser meio impaciente. E já são 11:40.
Já começo a ficar nervosa, a tagarelar com as portuguesas do
meu corredor… Viro pra Katia e digo que me sinto na Caverna do Dragão. Quando
pensa que vai pra casa, o Mestre dos Magos some e você se ferrou de novo.
Desço meio que voando. Grito “conexão,conexão!” e saio
empurrando. Começa aí meu MOMENTO FORREST GUMP. Corro 40 portões em 5 minutos. Carregando um notebook de 15″
nas costas e uma bolsa a tiracolo.
Estão todos me olhando. Coooooorre, Forrest!
Depois do portão 40: Imigração. Vendo minha falta de ar e
meu coração-na-mão-como-um-refrão-de-bolero, todo mundo me deixa passar na
frente.Antes de carimbar meu passaporte, o rapazinho pergunta se
estou bem. Eu corri 40 portões. Tô super bem. Corro mais 5 portões, já são 12:10 mas não tem ninguém me
anunciando… Sabe porquê? Porque o embarque nem começou ainda.
Malditos portugueses!!
Sento no chão mesmo. Só não beijo o chão tal qual o Papa Pop
porque eu morri em solo português. Enfim o avião decola, chego em Guarulhos no horário
previsto. Tá calor, tá bagunçado, é Brasil… Mas eu voltei pra casa. E como já dizia Dorothy, “não há lugar como o Lar.”
Gostou dessa nova sessão? Que tal conferir outro texto também que fizemos sobre viagem? Clique e veja todos da categoria Nas Asas da Coruja.
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