12 de outubro de 2014

Alerta: pombas planejam suicídio coletivo na Grande São Paulo

O farfalhar intenso das pombas. Verdadeiras pragas. Sujam todos os lugares e vão vivendo sem propósito. Vão a procura de uma migalha, parecem nem estranhar a velocidade da tecnologia. Fazem coro contrapondo os pardais. Entram nos restaurantes obrigam a servi-las.
Mas ai! Como dói ver uma dessas no meio da rua, esperando ser atropelada. O bom homem a vê e diz:
- Sai da rua pomba! Você não quer ficar na frente do carro, xô!
E ela de súbito o ouve, parece cair em si. Lembra que é pássaro e voa! Mas não sei o que é que a impede e ela para no fio mais próximo, procurando outra migalha no meio da avenida. Amargo instinto! Esses dias estava passando pelo mesmo lugar e vi uma delas pousada no fio mirando o segundo pouso. Tinha um olhar de águia, de gavião.Fez uma curva perfeita entre as pessoas, passou sem maiores esbarrões, numa sutileza sem igual.
Nunca vi uma pomba calcular assim o voo, como o gato calcula seu bote. Outro dia ainda, no mesmo lugar, o farol abriu e vi uma delas atravessar a rua na minha frente, andava tranquilamente em cima da faixa de pedestres. E nada me tira da cabeça que é a mesma pomba dos olhos de águia. Que provavelmente é a mesma que não se arrisca na avenida em busca da migalha. 
Mas ninguém a nota, ninguém a vê. Então é igual a todas aos olhos de todos. Ela entrou numa categoria maior em que se definem pombas e pomba é o que ela é. Embora tenha olhos de águia e não tente se suicidar pela migalha, como pode negar que é pomba se pomba é o que ela é?

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